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quarta-feira, 23 de junho de 2010
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sábado, 19 de junho de 2010
A Prática da Evocação Mágica
A Prática da Evocação Mágica
A prática da Magia Evocativa, apesar de tão conhecida, quase nunca foi descrita com exatidão.
O único trabalho que contém a descrição exata de uma evocação mágica é o fabuloso livro "The Practice of Magical Evocation", de autoria de Franz Bardon.
Aliás, não há obra mais completa, no tocante a Magia e Cabala, do que a de Franz Bardon, composta de apenas quatro volumes, que reputo indispensáveis para todo estudioso e praticante da Magia (ver bibliografia).
Posso afirmar que esta é a primeira vez que é publicado, em português, um texto com a realidade, e só a realidade, de uma Evocação Mágica.
É bom ressaltar que, para o sucesso numa operação mágica desse tipo, muito treino e dedicação são essenciais; creio que a prática assídua de faculdades mágicas bem desenvolvidas por um método racional e seguro, como o encontrado na obra "Initiation Into Hermetics" ("Iniciação ao Hermetismo"), de autoria do mesmo Franz Bardon, é mesmo imprescindível.
Há duas variedades da Evocação Mágica: a Grande Evocação e a Pequena Evocação. Na Grande Evocação, se Evoca os Deuses e Deusas, e consiste numa operação potencialmente mais perigosa que a Pequena Evocação, posto que um Deus ou Deusa pode, pela própria natureza de sua Energia, desequilibrar seriamente alguém. Já na Pequena Evocação, são Evocadas quaisquer outras Entidades, quer sejam Espíritos Planetários, Inteligências, Anjos, Demônios, Elementais, etc.
O melhor para a prática da Magia Evocativa é que possamos utilizar, para nossas operações, um cômodo exclusivamente para essa finalidade; algum cômodo aonde possamos ficar a sós, no qual somente nós teremos acesso, aonde tenhamos total privacidade e que até mesmo apenas nós façamos a limpeza, falando em termos puramente mundanos.
É claro que esta, bem como todas as demais colocações deste apêndice, podem sofrer modificações, de acordo com a necessidade do Mago. Um cômodo assim fará o papel de um verdadeiro Templo, no sentido mais amplo do termo.
Se for possível ao Mago, seu Templo Mágico deverá ser guarnecido com paramentos adequados ao seu trabalho, respeitando todas as leis de analogia aplicáveis, da mesma forma que os Magos do passado o fizeram. Neste caso, o Mago localizará seu Altar no Leste. O Mago poderá, de acordo com seu grau de maturidade e crença pessoal, colocar em seu Altar uma imagem de sua Divindade, ou, como faziam os Magos do passado, um Espelho Mágico, com dois candelabros de sete braços, um em cada lado do citado Espelho Mágico, e um Turíbulo entre os dois candelabros, em frente ao Espelho Mágico, mas em posição inferior a este. No passado, os Templos Mágicos eram guarnecidos com quatro colunas ornamentadas com varias figuras simbólicas, cada coluna representando um dos quatro elementos ( água, ar, terra e fogo ). As paredes eram decoradas com figuras simbolizando várias divindades dos quatro elementos. No passado, bem como nos dias atuais, somente uns poucos poderiam ter um Templo Mágico assim luxuoso e sofisticado. Mas isso não deve desestimular o Mago, pois, não importa sua situação financeira, ele (ou ela ) será capaz de realizar suas operações mesmo que não disponha de um local como o descrito anteriormente para seu uso. Na verdade, um Mago competente poderá levar a cabo uma Evocação Mágica em qualquer lugar, seja um quarto, uma cozinha, uma edícula, um sótão ou um porão, desde que tenha sua privacidade garantida durante seu trabalho.
Mesmo que isso torne-se impossível, o Mago ainda poderá praticar sua Arte em qualquer local isolado, ao ar livre, desde que não seja perturbado.
"A Evocação de uma Entidade"
– o Mago deve escolher a Entidade a ser evocada, ou ainda qual a força planetária ou elemental com a qual deseje estabelecer contato;
– isto é muito importante, pois só assim o Mago saberá de antemão, quais as considerações relativas às leis da analogia deverá ter em mente, especialmente no que diz respeito à acumulação de luz colorida adequada à esfera em questão;
– tendo escolhido a quem deseja evocar, o Mago deverá ter em mente o que pretende obter da força em questão, elaborando portanto um plano preciso de ação;
– antes da evocação própriamente dita, o Mago deverá tomar um banho de higiene completo, pois uma operação mágica dessa natureza requer não somente uma alma e um espírito limpos, mas também um corpo físico limpo, especialmente quando estivermos evocando inteligências positivas e elevadas;
– não sendo possível tomar um banho completo, o Mago deverá, ao menos, lavar cuidadosamente suas mãos; esse procedimento não deverá jamais ser esquecido;
– ao lavar-se, o Mago deverá concentrar-se na idéia de que todos os aspectos desfavoráveis, física e psiquicamente falando, irão embora com a água que se vai;
– preparado dessa maneira, o Mago toma um a um seus implementos mágicos, do local aonde estavam guardados, e os deposita num pedaço limpo de tecido, preferivelmente novo, que estava guardado junto com os implementos mágicos, com a finalidade de manter os ditos implementos livres da poeira;
– providencie para que seu isolamento do mundo exterior seja completo, tanto para que você não se distraia com acontecimentos alheios a sua operação, quanto visando evitar o olhar curioso de outras pessoas;
– feche as cortinas, abaixe a campainha do telefone, até mesmo desligue a chave geral da eletricidade de sua residência, para evitar distrações durante seu trabalho;
– a evocação tem início no momento em que você começa a se vestir; ponha, portanto, atenção especial nesse ato, concentrando-se totalmente na operação que se seguirá;
– vista-se com roupas de seda- no frio, use roupas de baixo em seda – e calçados que sejam um tipo de chinelos fechados, adequados ao uso especial que se tem em mente;
– tenha em mente que, ao vestir-se com suas vestes mágicas, você estará formando uma proteção contra toda e qualquer influência desfavorável que venham do universo visível ou mundo invisível;
– ao vestir-se, tenha em mente que seu corpo está totalmente protegido contra influências de quaisquer seres, pouco importando se bons ou maus;
– essa absoluta certeza deve permanecer na mente do Mago o tempo todo de sua operação mágica, de estar absolutamente isolado de toda e qualquer influência externa;
– ponha então, em volta de sua cintura, o cinturão mágico, tendo em mente que você é o Soberano de todos os elementos, o Mestre de todos os
Poderes;
– finalmente, ponha em volta de sua cabeça a tiara mágica ou coroa mágica com a sensação de uma verdadeira união com Deus, e sentindo que não é você, mas Deus é quem está levando a cabo a operação;
– você deverá unir-se com o princípio Divino dentro de si de tal forma que se sentirá como a própria Divindade;
– acenda agora sua Lâmpada ou Lamparina Mágica, que deverá "encher a sala" com a "cor da esfera" em questão;
– coloque-a num local em torno do qual você traçará seu Círculo Mágico, ou pendure-a no centro do cômodo;
– não há a necessidade de que a Lamparina seja localizada no centro exato do cômodo, sendo a única e real vantagem de centralizá-la ter-se a luz distribuída por igual;
– o próximo passo será a colocação dos Espelhos Mágicos, e impregná-los; poderemos utilizar apenas um Espelho Mágico, ou idealmente dois;
– um dos espelhos servirá para a manifestação da entidade evocada no mundo físico, enquanto o outro espelho servirá para afastar influências indesejáveis;
– tendo consciência de que não é você, mas a própria Divindade, quem está levando adiante a operação mágica, crie, com o auxílio de sua imaginação, um grande mar de luz, na coloração adequada a esfera em questão, o qual, também pela imaginação, você acumulará do universo na superfície do Espelho Mágico, de maneira que toda a superfície do Espelho Mágico seja tomada pela cor;
– o poder daquela iluminação condensada deverá ser tão forte a ponto de iluminar totalmente a sala em que se opera;
– nesse momento, você deve usar de sua imaginação, criando em seu ser a impressão de que aquela luz acumulada é na verdade uma "matriz de poder", um fluido, que quase possa ser observado com a visão física;
– de qualquer forma, você deverá ter a impressão permanente de estar movendo-se em meio a uma oscilação colorida, na sala da operação;
– essa é a forma de preparar magicamente um ambiente para a operação mágica em questão; assim preparado o ambiente, que está em perfeita sintonia com a entidade evocada, não há mais obstáculo algum para a manifestação do ser em questão, pois a entidade sentirá a atmosfera propícia para a sua manifestação;
– enquanto você está acumulando a luz no ambiente, deverá manter em sua mente a idéia firme de que está fazendo isso com a finalidade de que o espírito evocado se condense de tal forma que possa ser visto por seus olhos físicos e ouvido com seus ouvidos físicos;
– impregnando o ambiente com a luz na cor escolhida, não se esqueça de desejar repetidamente que a luz/poder em questão permaneça acumulada na superfície do Espelho Mágico e na sala até que você a "dissolva" por força de sua imaginação;
– agora é hora de impregnar o Espelho Mágico com o princípio do Akasha. Projete, por força da imaginação, na superfície do Espelho, que previamente deveria ter sido coberta com um condensador fluídico, o desejo de que nenhum ser perturbador, nenhum espírito zombeteiro, nenhuma força indesejável, nada nesse sentido penetre em seu ambiente de trabalho;
– esse foi o segundo passo na Evocação Mágica;
– a sala de trabalho está agora adequadamente impregnada;
– pegue então um pedaço de papel mata-borrão e corte-o num formato adequado à esfera que será evocada, ou seja:
– no centro do papel, trace, na cor da esfera em questão, utilizando-se de um lápis colorido, o signo/assinatura/sigilo da entidade em questão, ou o pentagrama/hexagrama da força desejada, respeitando, nesse último caso, o ponto de início e o ponto final do desenho;
– simbolicamente, trace novamente o desenho com seu dedo ou com seu Bastão Mágico, concentrando-se nas qualidades da energia/entidade que se evoca,;
– seria conveniente umedecer o papel com um condensador fluídico, deixando-o secar a seguir;
– concentre-se também na idéia de que a entidade evocada está ligada ao desenho, e reagirá a qualquer tempo, estando disposta a atender ao Mago em seus desejos;
– tenha em mente, ao traçar o desenho, que não é você quem o faz, mas Deus, e que, portanto, a inteligência evocada renderá absoluta obediência a Deus;
– com esta atitude meditativa, uma falha é impossível;
– seu "Selo Mágico" está pronto, e você poderá começar a preparar o "Círculo Mágico" e o "Triângulo Mágico" ;
– se você já tiver um círculo bordado num pedaço de tecido, ou pintado num pedaço de papel, ponha esse círculo no chão, ao lado do triângulo, e re-trace o círculo com seu Bastão mágico, ou com sua mão direita, ou ainda com um dos dedos de sua mão direita;
– fazendo isso, medite na idéia de que o círculo representa a eternidade, o microcosmo e o macrocosmo, que ele simboliza o universo inteiro em seus aspectos menor e maior;
– sua meditação deverá ser tão perfeita, desde o início desse trabalho, de forma que nenhuma outra idéia penetre em sua mente;
– siga agora o mesmo procedimento com relação ao triângulo mágico, que também deve estar pronto como o círculo mágico, re-traçando o triângulo de forma idêntica ao que foi feito com o círculo mágico;
– medite, durante essa operação, que o triângulo representa o mundo tridimensional, isto é, o plano mental, o plano astral e o plano físico;
– para evitar que a inteligência que se deseja evocar não se manifeste apenas em sua forma mental, mas também em suas formas astral e física, é necessário que se inclua este desejo ao concentrar-se em sua atitude meditativa rumo ao triângulo;
– sua imaginação no momento de retraçar tanto o triângulo quanto o círculo são igualmente importantes e imprescindíveis;
– o Mago deverá determinar a forma e a envergadura da efetividade da inteligência de quem se deseja a manifestação;
– caso o Mago omita este ponto, a entidade lhe aparecerá apenas em sua forma mental e conseqüentemente apenas na mente do Mago;
– a manifestação da entidade só poderá ocorrer se todas as precauções e procedimentos forem precisamente observados e tomados;
– terminada toda esta fase, coloque o triângulo em frente do círculo e ponha o "Selo" no centro do triângulo;
– obviamente o "Selo" deverá ter sido preparado de acordo com o indicado anteriormente;
– alguns Magos intensificam o efeito tridimensional do ser evocado colocando em cada ângulo do triângulo uma espiriteira, portanto três ao todo, e as acendendo;
– o combustível a ser utilizado nas espiriteiras deverá ser um extrato de aguardente ( ou rum, gim, uísque, etc. ) com camomila, isto é, um condensador líquido ( condensador fluídico ou fluido condensador), no qual o Mago já acumulou, com o auxílio da imaginação, o mundo tridimensional;
– quando as espiriteiras, guarnecidas de pequenas mechas, estiverem queimando, da mesma forma que as espiriteiras de laboratórios, o poder da imaginação concentrado no combustível lentamente se expandirá no ambiente enquanto o fluido lentamente se consome;
– dessa forma, a materialização da entidade evocada terá total apoio;
– que fique bem claro que a utilização das espiriteiras não é absolutamente necessária, mas é um bom auxílio, especialmente para os iniciantes, pois um iniciante nas práticas evocativas necessita de um maior número de acessórios que um Mago experiente neste departamento;
– os novatos poderão colocar as lamparinas ou espiriteiras em intervalos regulares, não somente nas pontas do triângulo eqüilátero, mas também em torno da linha que demarca o círculo mágico;
– a quantidade de lamparinas colocadas dentro do círculo dependerá do número análogo do planeta relevante;
– o número de lamparinas/espiriteiras a ser utilizado é análogo ao número atribuido a esfera em questão, como se segue:
– o Mago poderá ainda simbolizar os elementos no círculo, quando então necessitará de apenas quatro lamparinas;
– o próprio Mago, em pé no centro do círculo, representará o quinto elemento, o princípio do Akasha ou Éter;
– ao colocar as lamparinas, o Mago leva em consideração os quatro pontos cardeais, colocando as lamparinas a Leste, Oeste, Sul e Norte do círculo;
– é deixado ao critério do Mago expressar com as espiriteiras o número planetário em questão ou simbolizar os elementos;
– claro que o Mago poderá traçar três círculos concêntricos, colocando no círculo intermediário as quatro lamparinas simbolizando os elementos, no círculo externo colocará o número de lamparinas análogo ao número atribuido a esfera da entidade que será evocada, ficando, é obvio, o Mago, no centro do menor dos três círculos concêntricos;
– obviamente, a utilização das espiriteiras na forma indicada complicará bastante a preparação para a evocação, mas a pessoa apta a utilizar tais lamparinas não desistirá da utilização desse apoio, pois quanto maior o número de apoios para a consciência o sujeito tiver no seu início, melhor serão os resultados;
– agora entra em cena o turíbulo ou incensário;
– o Mago poderá colocá-lo entre o círculo e o triângulo ou diretamente no triângulo;
– o turíbulo deverá ser guarnecido com carvão em brasa ou com um pavio ou mecha, e sobre a chama/brasa uma pequena placa de cobre será fixada;
– essa placa é que será aquecida pelo calor da chama/brasa;
– o pó a ser incensado deverá, em todos os casos, corresponder a esfera do ser evocado, e deverá ( o pó ) ser colocado sobre a placa de cobre;
– apenas pequenas quantidades deverão ser utilizadas, de molde que no ambiente sinta-se o suave aroma da fragrância incensada, ao invés de poluir o ambiente com uma densa fumaça que perturbará o trabalho;
– como alternativa do pó a ser incensado, pode-se utilizar uma tintura aromática, sempre respeitando a lei das analogias;
– caso você não deseje utilizar o turíbulo durante a operação mágica, poderá pingar algumas gotas da essência adequada num pedaço de papel mata-borrão;
– em qualquer dos casos, o aroma agradável à inteligência evocada facilitará a materialização do ser em nosso mundo físico;
– incensar o ambiente, na verdade, não é tão importante quanto querem alguns autores; é só mais um apoio;
– nunca utilize substâncias tóxicas, venenosas ou entorpecentes para incensar o ambiente, sob pena de perder o controle da situação; evocação mágica é algo muito sério e pode mesmo ser bastante perigoso;
– caso o Mago esteja evocando um ser não pertencente a nenhuma das sete esferas planetárias, sob o qual não tenha certeza com respeito as correspondências análogas, deverá utilizar como incenso um condensador líquido universal;
– a regra anterior aplica-se amplamente aos seres da zona da terra e dos elementos terrestres;
– obviamente o condensador em questão deverá ser adequadamente impregnado, isto é, a acumulação da luz adequada a operação deverá ser feita da mesma forma que nos outros procedimentos semelhantes, concentrando-se ao mesmo tempo no desejo de sucesso;
– uma boa mistura universal é composta dos seguintes elementos, em partes iguais em volume:
incenso de igreja
mirra
estoraque
benjoim
aloés (babosa)
– uma fórmula universal como a descrita no item anterior tem serventia em todas as situações;
– para o ato de incensar, apenas uma colher de café, rasa, será a quantidade ideal de cada componente a ser utilizado, para que tenhamos, ao incensar, somente um agradável aroma, e não um fumaceiro terrível com um cheiro insuportável;
– feito isso, mais um passo preparatório da evocação mágica foi cumprido, e poderemos passar então a evocação mágica própriamente dita;
– tratando-se de um ser positivo, isto é, bom, poderemos colocar nossa espada em nosso cinturão, no lado esquerdo do corpo;
– se tivermos entre os nossos implementos mágicos uma adaga, faca ou punhal, deveremos colocar isso também no cinturão;
– isso faremos pois, um ser positivo, não importa de qual esfera proveniente, dificilmente requerera o uso da espada ou faca;
– se, porém, estivermos evocando um ser negativo, isto é, mau, demoníaco, deveremos empunhar nossa espada em nossa mão direita, como símbolo da vitória; nosso bastão mágico, neste caso, estaria em nossa mão esquerda;
– colocando sua espada no cinturão, você estará expressando a idéia de que o ser evocado não será forçado, de modo algum, a satisfazer seus desejos;
– com seres insubordinados ao Mago, porém, não há outro meio de controlá-los exceto com a espada;
– seres demoníacos, negativos, são comandados pelo Mago com o auxílio da espada flamígera, como símbolo da vitória, para que a entidade em questão lhe renda absoluta obediência e satisfaça todos os seus desejos;
– não há ser demoníaco algum que o Mago não consiga controlar e submeter a sua vontade;
– tudo o que é necessário fazer é que o Mago aponte sua espada para o lugar aonde ele deseja que o ser se manifeste, e isto ocorrerá prontamente, além do que o ser negativo em questão atenderá prontamente a todas as determinações do Mago;
– desde que todo ser tem um instinto de auto-preservação, todos os demônios temem a espada mágica ou punhal mágico, pois em verdadeira comunhão com Deus, uma espada mágica pode, figurativamente falando, despedaçar qualquer demônio;
– tome seu bastão mágico em sua mão direita, fique bem no centro do círculo e concentre-se na idéia de que você é o centro, de que você é Deus, o soberano de todas as esferas, e de que você está, ao mesmo tempo, na esfera/planeta da inteligência desejada;
– como o princípio divino, você chamará, em sua mente, a entidade desejada, ao mesmo tempo em que você chama o nome dela, em sua mente, por toda a esfera/planeta dela;
– você deve se convencer que a sua chamada será ouvida em todo canto da esfera daquela entidade;
– simultaneamente, tenha em mente que, sendo Deus, você será o Deus daquele ser também, que, então, lhe ouvirá também;
– permaneça nesse estado fatigante por alguns instantes, pois então seu espírito conceberá que a entidade evocada está lhe respondendo em sua mente;
– desde que você está com toda a sua consciência na esfera em questão, você primeiramente ouvirá a voz da inteligência em questão como se ela emanasse das mais profundas REGIÕES do seu espírito;
– assim que você ouvir a voz da entidade e assim que você tiver a certeza de estar vendo a entidade em espírito, retorne ao seu espírito, mantendo-se consciente de ser Deus, e você tornará a unir sua alma com seu corpo físico;
– agora chame novamente pela entidade, sussurrando o nome dela, repetindo esta forma de chamar pela entidade algumas vezes;
– você então perceberá repentinamente que a entidade evocada está presente em sua atmosfera astral, que ela está presente na sala de evocações;
– se sua operação foi corretamente executada até aqui, aonde o ser veio até seu local de trabalho, sobre o "selo" colocado no centro do triângulo mágico, fale em voz baixa ou em tonalidade normal que ela, a entidade, deverá apresentar-se a você fisicamente;
– no momento de transição entre o plano astral e o plano físico, não se esqueça de convencer-se das três formas de existência da sua personalidade, de forma que você se sinta unido ao seu corpo astral como um espírito e que você está ao mesmo tempo nesses dois corpos e em seu corpo físico;
– esse ato de auto-controle é para auxiliar o ser evocado a seguir o curso de seus pensamentos e para conduzí-lo de sua própria esfera até a esfera que você lhe preparou em seu templo;
– isto significa que o ser aparecerá em sua forma mental e em sua forma astral, e dependendo do seu poder materializador, ele também assumirá um corpo físico condensado;
– você poderá agora ver e ouvir a entidade evocada em seu triângulo mágico, ou, se você preparou adequadamente seu espelho mágico para a aparição da entidade, ela aparecerá no espelho mágico em concordância com seu lay-out simbólico de qualidades da esfera relevante, de molde que você estará apto a contactar a entidade de forma consciente;
– a entidade aparecerá com sua aparência real;
– procure observar o máximo de detalhes da entidade, para anotar posteriormente em seu diário ou livro mágico;
– aguarde ela dirigir-se a você primeiro, nunca tome a iniciativa;
– procure, se for de seu interesse, combinar com o ser uma forma mais simples de contactá-lo no futuro;
– operações desse tipo lhe proporcionarão experiências as mais variadas;
– após pedir o que você deseja da entidade, obviamente dentro da envergadura de poder e natureza do ser, e obtendo dela alguma promessa do cumprimento do seu desejo, ou de ter obtido o conhecimento almejado, ou seja lá o que for, só lhe resta enviá-la de volta;
– você deverá agradecer individualmente ao ser, expressando seu contentamento pelo fato de que ele, o ser, o reconheceu como um Mago genuíno, e foi obediente a você, e então você lhe pedirá que retorne a sua esfera original;
– com toda a sua consciência, você se colocará na esfera do ser evocado, e concentrar-se-á por meio de sua imaginação que o ser evocado está retornando da esfera parcial criada em seu templo para sua esfera, seu domicílio;
– feito isso, você retornará como um Mago em plena consciência para a sua consciência normal, pondo portanto fim a evocação;
– permanecendo no templo, após o fim da operação, você se sentirá num estado de graça, feliz, excitado;
– você poderá, ainda, repetir mentalmente toda a operação, passo a passo, para recordar cada detalhe;
– com o auxílio de sua imaginação, dissolva a luz acumulada no universo, tire o "selo" de dentro do triângulo, pondo-o em local seguro;
– deixe agora o círculo, sem risco algum, retire as lamparinas, etc.;
– guarde todos os implementos mágicos;
– escreva tudo detalhadamente em seu diário mágico, exceto se for orientado de forma diferente pela entidade evocada, com respeito a algo específico;
– aos poucos, contactando as mais variadas inteligências, sua experiência crescerá tremendamente, e bons resultados serão a regra;
– a descrição de uma evocação mágica completa está terminada.
domingo, 13 de junho de 2010
Visite A Bardon Companion
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O caminho para tornar-se um verdadeiro Adepto
Portuguese Translation of IIH
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Iniciacion Al Hermetismo
Spanish Translation of IIH
© 2006 by Jorge Leiva
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La Practica De La Evocacion Magica
Spanish Translation of PME
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PME Sigils
Spanish Translation of PME Continued
© 2007 by Jorge Leiva
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La Clave de la Verdadera Cabala
Spanish Translation of KTQ
© 2007 by Jorge Leiva
http://www.abardoncompanion.com/KTQ-Spanish.pdf (890 kb)
O Livro de Ouro da Sabedoria
(The Golden Book of Wisdom)
de
Franz Bardon
Traduzido por Frater A.A.
frateraa@gmail.com
Conteúdos d’O Livro de Ouro da Sabedoria
I. A Visão Hermética da Religião
II. Magia e Misticismo
III. Mistérios da Anatomia Hermética
IV. Concentração
V. Meditação
VI. Faculdades Mágicas e Místicas
VII. Os Perigos do Desenvolvimento Desequilibrado
VIII. O Caminho Hermético
IX. Leis Universais – a Harmonia
X. A Chave para a Mais Alta Sabedoria
Introdução
A quarta página do Livro da Sabedoria é a quarta carta de Tarô, que
retrata um homem sábio ou, às vezes, um imperador. A descrição da quarta
carta de Tarô é de grande ajuda a magos, magos esféricos e Cabalistas, porque
ela os permite penetrar mais profundamente nos segredos da sabedoria e,
assim sendo, os capacita a resolver os maiores problemas. Isso é verdadeiro
não apenas do ponto de vista do conhecimento mas, mais importante, do ponto
de vista da experiência, e portanto do ponto de vista da sabedoria.
Um iniciado deve ser capaz de responder qualquer pergunta a qual ele
seja perguntado. Se ele tiver seguido seu caminho corretamente, ele deve estar
capacitado a, imediatamente, resolver qualquer problema que aparecer com
relação às leis universais. O teórico também se aproveitará muito desse livro, a
fim de enriquecer seu conhecimento teórico, porque estará habilitado a
responder por si mesmo muitas questões que dizem respeito a essas leis
universais.
Logicamente, é impossível reunir e explicar a sabedoria em sua inteireza num
único livro. Uma parte da sabedoria universal, porém, está contida neste livro.
Acima de tudo, os conteúdos de meus três livros anteriores (Iniciação ao
Hermetismo, A Prática da Evocação Mágica e A Chave para a Verdadeira
Cabala1) serão iluminados de muitos aspectos. Este livro ajudará a todos que
estiverem seriamente estudando e praticando seus conteúdos para se tornarem
mais familiares com as leis universais e com seus efeitos, e através disso,
expandirão suas consciências e aumentarão seu conhecimento. Quanto mais o
indivíduo se identifica com o assunto do problema, mais ele ficará fascinado
pela grandeza e poder dessas leis; e será enchido de enorme veneração, e
olhará para a Providência Divina com humildade.
Nas escolas secretas de profetas e sacerdotes de todas as eras, a quarta
carta de Tarô, o Livro da Sabedoria, servia como fundamental assunto que
preparava os iniciados para seus altos cargos como instrutores, iniciadores e
professores (gurus). Esse livro, portanto, foi um trabalho de iniciação,
revelando os mais profundos mistérios. Os neófitos consideravam o Livro de
Ouro da Sabedoria como um teste em seus caminhos espirituais. Então, esse
quarto trabalho científico pode, com boa razão, ser considerado como a
fundação do Hermetismo esotérico.
Até agora, os altos mistérios simbolizados pela quarta carta de Tarô
foram transmitidos apenas na linguagem dos símbolos, e conseqüentemente se
tornaram obscuras para o intelectual. O leitor, sem dúvida, apreciará o fato de
que, com a permissão da Providência Divina, eu me esforcei para traduzir o
quarto livro na linguagem do intelecto, para torná-lo inteligível não apenas para
o iniciado mas também para o não-iniciado, i.e., o filósofo e o teórico também.
Aquele que completamente domina o Livro da Sabedoria terá um
completo conhecimento das fundações da filosofia hermética, e poderá ser
considerado um filósofo hermetista da perspectiva das leis universais. É por
1
N.T.: Apenas o primeiro publicado no Brasil pela Editora Ground.
isso que as irmandades herméticas e ordens que ensinam o verdadeiro
conhecimento hermético ensinam uma pessoa através de um profissional
filosófico.
Se esse quarto trabalho for aceito com o mesmo entusiasmo que meus
três livros anteriores receberam, então a descrição da quarta carta de Tarô,
que simbolicamente representa o Livro da Sabedoria, terá cumprido seu
objetivo. Portanto, que este livro possa ser uma fonte inesgotável de
conhecimento e sabedoria para o leitor interessado. Possa a bênção da Divina
Providência acompanhá-los, a um alto nível, no seu caminho para a perfeição.
O Autor
Capítulo I
A Visão Hermética da Religião
Há duas filosofias básicas de religião: a primeira é a relativa e a segunda
é a absoluta ou universal. Desde o início da humanidade até os dias de hoje,
todas as religiões que pertencem à filosofia relativa de religião tiveram seus
estágios iniciais, alcançaram seu ápice e, durante o curso das eras,
encontraram seu fim. Cada religião relativa tem seu próprio fundador. Eu evito
citar todos os sistemas de religião relativa; qualquer pessoa que tenha
estudado filosofia religiosa já será familiar com um grande número de sistemas
religiosos do tipo relativo. Esses sistemas são todos sujeitados à mesma lei de
transitoriedade, não importando se duraram ou durarão por centenas ou
milhares de anos. A duração de tempo de uma religião depende de suas
fundações e conhecimentos. Quanto mais leis universais uma religião contém,
quanto mais verdade universal ela apresenta e prega, mais ela dura.
Sua existência será mais curta quanto mais unilaterais, fanáticas,
ditatoriais e autoritárias suas doutrinas são. Porém, cada sistema religioso
sempre teve até agora seus bons propósitos e sua missão especial. Cada uma
sempre conteve certos aspectos parciais, embora escondidos, de uma porção
das verdades universais e da legalidade, simbolicamente ou como uma idéia
abstrata.
Um verdadeiro adepto verá em cada religião relativa, não importando o
momento histórico no qual existiu, fragmentos de algumas idéias básicas que
tiveram sua origem na religião universal, que apontam para a lei universal.
Portanto, o adepto aprecia cada religião igualmente, sem prestar atenção se é
uma religião do passado ou se ainda existe hoje ou se existirá no futuro,
porque ele está atento ao fato de que cada sistema religioso tem seguidores
cuja maturidade serve àquela religião.
Do ponto hermético de vista, até o materialismo é um tipo de sistema
religioso, no qual os seus representantes podem acreditar em Deus mas não
em nada sobrenatural, e que aderem apenas às coisas das quais eles se podem
convencer – em outras palavras, para eles é a matéria que prevalece. Sendo o
iniciado conhecedor da matéria e de sua representação simbólica da aparência
divina refletida nas leis da natureza, ele não julgará ninguém que acredita
meramente na matéria. Quanto mais maduro um homem se torna durante seu
curso de encarnações e evolução, mais próximo ele se tornará perto das leis
universais, e mais profundamente será capaz de penetrar nelas, até que
conceito nenhum de religião relativa o satisfará. Uma pessoa como essa se
tornou madura para a religião universal e é capaz de alcançar as leis universais
no microcosmo e no macrocosmo.
Isso significa que cada religião que não representa as leis universais
completamente é relativa e transitória. As leis universais têm sido imutáveis
desde o começo do mundo e continuarão até seu fim. O hermetista maduro
pode oficialmente pertencer a qualquer religião, dependendo do que ele quer
fazer e o que ele considera preferível ao lidar com as pessoas – talvez para
evitar a atenção de pessoas imaturas para si. Porém, no íntimo de seu espírito
e de seu inteiro ser ele professará a religião universal, pela qual a legalidade
universal é entendida. Um iniciado não acredita em nada até que ele possa se
convencer de sua validade; nem acredita em qualquer divindade personificada
ou qualquer tipo de ídolo. Ao contrário, ele venera a lei universal e a harmonia
em todas as formas de existência. Essas poucas palavras devem bastar para
demonstrar a diferença entre as filosofias religiosas relativas e absolutas.
Capítulo II
Magia e Misticismo
Com o passar dos tempos, a magia e o misticismo foram ensinados
simultaneamente e com ênfase igual nas escolas secretas dos sacerdotes,
porque essas duas perspectivas filosóficas foram sempre extremamente
importantes na ciência hermética e continuarão a sê-lo no futuro. A magia foi,
uma vez, uma parte integral de todas as ciências que se desenvolveram no
curso do tempo no plano material e de tudo que tinha a ver com este plano. Por
isso todo conhecimento técnico, não importando de qual campo científico, foi
transmitido de mestre a discípulo na discrição da casta eclesiástica. Todas as
ciências, entre elas a matemática, a química, a física e a astronomia, eram
incluídas no campo da magia.
Por outro lado, tudo não substancial, como a religião, a filosofia, a
compreensão de Deus, moralidade, virtudes, habilidades e qualidades de
qualquer tipo caíram sob a área do misticismo, porque onde não há uma base
material substancial legal, não pode haver quaisquer habilidades ou virtudes ou
visões morais. Com o tempo e o desenvolvimento da humanidade, as ciências
materiais se isolaram em seu próprio progresso. Por necessidade elas se
tornaram independentes, porque as mais altas leis de energia inerentes, a
matéria e a substância – que não podiam mais serem percebidas com os
vulgares sensos físicos e para os quais uma certa maturidade era necessária
para sua compreensão – se isolaram.
Conseqüentemente, dois campos de conhecimento se desenvolveram.
Primeiro, o conhecimento físico que se pode adquirir por treino intelectual; e
segundo, o conhecimento metafísico que lida com poderes e substâncias mais
sutis, mas que não podia ser compreendido pelo mero intelecto. Essa foi a
razão pela qual o conhecimento metafísico foi deixado no fundo e finalmente se
tornou propriedade de verdadeiros adeptos. Porém, um hermetista que é capaz
de penetrar nas leis metafísicas deve, de acordo com essas mesmas leis,
compreender a conexão lógica entre todos os ramos de conhecimento. Para
evitar qualquer confusão, eu não utilizarei o termo “metafísica” em minhas
próximas explanações, mas ao invés disso ficarei com o termo “magia”, como
os hermetistas faziam nos dias antigos. Do ponto hermético de vista, a magia
não é nada além de uma metafísica mais alta que lida com os poderes,
matérias e substâncias de uma natureza mais sutil, mas que tem uma
associação análoga com as ciências gerais de hoje, não importa de que ramo de
conhecimento essas podem pertencer. Por causa disso, toda vez que um
iniciado fala de magia, ele está se referindo aos poderes, matéria sutil e
substâncias, suas leis, seus efeitos funcionais no microcosmo e no macrocosmo
– o que significa em qualquer ser humano, na natureza e no universo inteiro, e
nos três estágios de agregação dos corpos físico, astral e mental. A verdadeira
magia é, então, o alto conhecimento de poderes mais sutis que não foram
ainda reconhecidos pela ciência de hoje, porque os métodos científicos de
inspeção não bastam para compreender e utilizar essas poderes, embora as leis
da magia sejam análogas a todas as ciências oficiais de nosso mundo.
As reflexões lógicas e conclusões sobre a ciência da magia e sua
efetividade não apenas fazem o verdadeiro hermetista reconhecer os sutis
poderes materiais; eles também o põem na posição de trazer as leis desses
poderes em harmonia com todas as ciências oficiais de nosso planeta. Com a
ajuda de várias chaves, o cientista espiritual é até capaz de trazer seu
conhecimento para ajudar em todos os ramos de conhecimentos e até fazê-los
se estenderem e crescerem. O conhecimento da verdadeira magia oferece à
mente criativa muito numerosas possibilidades para o desenvolvimento técnico
e material. É claro, a maturidade de um ser humano é de grande importância
nesse caso na medida em que ele possa transferir as leis universais dos
poderes do mundo material.
Nas páginas seguintes deste livro, eu lido com diferentes analogias e
efeitos dos sutis poderes materiais que se afirmam através das manifestações
nos três reinos diferentes. Em outras palavras, eu descreverei a aplicação
prática das leis universais e fica a critério do leitor usar esse conhecimento e
sabedoria para seus próprios propósitos.
Isso claramente mostra que magia é uma pura metafísica que pode ser
analisada do mesmo modo que qualquer campo de ciência material, e que pode
ser trazida em harmonia com a ciência natural. Isso significa que a metafísica é
uma extensão do conhecimento físico normal das ciências naturais.
Não existe magia sem misticismo, isto é, nenhuma substância sem
influências, efeitos e manifestações, porque esses dois conceitos básicos e
fundamentais são dependentes mutuamente. A magia não pode ser separada
do misticismo, e ambos têm de ser considerados a mesmo tempo e numa
maneira parecida. Em seus estudos, o hermetista deve sempre proceder em
uma maneira mística e mágica; isso é, ele deve sempre produzir na mente
ambos qualidade e quantidade, e deve ser capaz de diferenciar distintamente
quantidade (por exemplo, poder na matéria e substâncias) de qualidade (por
exemplo, atributos, efeitos, influências e afins). Ele nunca deve confundir os
dois conceitos se ele não quiser criar o caos.
Lembre-se! A magia é quantidade e o misticismo é qualidade! Quando,
nos capítulos que se seguem, eu falo de quantidades, eu sempre querei dizer
“magia”. Ao falar de influências, atributos, habilidades, virtudes e por aí vai,
estarei me referindo ao misticismo. Isso sempre foi uma lei universal desde o
início do mundo e se tornará uma lei universal até seu fim!
Capítulo III
Mistérios da Anatomia Hermética
Neste capítulo eu direcionarei a atenção do leitor do desafio geral de
magia e misticismo para a anatomia oculta do homem, e eu o levarei à reflexão
sobre o assunto exaustivamente do ponto de vista mágico-místico, que, no que
se relaciona à iniciação de alguém, é o mais importante ponto de vista. Uma
pessoa poderia escrever muitos volumes abrangentes sobre magia e misticismo
em relação à natureza nos reinos mineral, vegetal e animal.
A quarta carta de tarô simboliza a sabedoria do homem, e portanto é
importante que se aprenda a saber profundamente, do ponto de vista mágico-
místico, a natureza do homem, a sua própria natureza, tudo que ele faz e todas
as funções de suas atividades. “Conhece a ti mesmo!” é um importante axioma
hermético que nos estimula a penetrar mágica e misticamente nos mais
profundos aspectos da humanidade. Cada detalhe do caráter de alguém se
revelará a partir do conhecimento das funções e os princípios que eu
descreverei agora.
O Corpo Mental ou Espiritual
No meu primeiro livro, eu poderia dar apenas uma concepção comum do
corpo mental, porque a primeira carta de Tarô não permitiria mais do que isso.
Neste livro eu pretendo expandir o conhecimento do estudante, das
perspectivas mágicas e místicas, até que as funções do corpo mental ou
espiritual forem tratadas.
O corpo mental consiste da mais sutil substância, também chamada de
“matéria mental”. A matéria mental é conectada ao elemento terra, ao corpo
material base, devido à força coesiva desse elemento. O corpo mental é imortal
e não sujeito ao tempo ou ao espaço. Suas características básicas o permitem a
adequar-se a qualquer forma, a adotar qualquer forma. A matéria mental,
algumas vezes também chamada matéria original ou primeva, consiste de duas
forças básicas, os fluidos elétrico e magnético, ambos adaptados ao grau de
densidade do corpo mental. A atividade recíproca dos fluidos elétrico e
magnético no corpo mental é a denominada “vida imortal”.
No corpo mental se encontra a conhecida consciência do “Eu”, aquela
consciência de si que é uma união de:
• Força de vontade
• Intelecto (inteligência) e
• Sentimento (percepção)
Se qualquer um desses princípios básicos falta, não haveria a consciência
do “Eu”, porque é essa trindade no corpo mental que constitui a consciência do
“Eu” do espírito humano. Se um ou outro desses três princípios está
desconectado, a consciência humana não pode funcionar. O desenvolvimento
desses três princípios básicos depende no desenvolvimento geral e maturidade
do indivíduo.
Do ponto hermético de vista, a quantidade e a qualidade devem também
ser consideradas nesse caso:
• A quantidade da vontade é baseada em seu poder, e sua qualidade em
seu conteúdo.
• A mesma regra se aplica ao intelecto, que também tem seu poder
quantitativo e sua forma qualitativa; a forma quantitativa do intelecto
depende da perseverança com a qual todas as habilidades intelectuais
são usadas, enquanto a forma qualitativa determina o desenvolvimento
do espírito e o grau de maturidade através do conteúdo dos
pensamentos.
• O terceiro princípio é a vida emocional, e está sujeita às mesmas leis; por
exemplo, o lado quantitativo é expressado pela profundidade e
intensidade da sensitividade e o lado qualitativo pelo conteúdo dos
sentimentos. O poder de sentir (ou perceber) depende do nível de
desenvolvimento do ser humano e é de importância decisiva.
Os Fluidos Magnético e Elétrico no Corpo Mental
Tem-se de executar outras funções além dessas mencionadas acima. E
justamente como tudo que é vivo pode ser apenas mantido ao se tomar o
alimento apropriado, as necessidades do corpo mental devem também ser
conhecidas. O hermetista pode fazer a seguinte pergunta: Como o quê ou de
que maneira o corpo mental é alimentado?
Como eu disse, os fluidos eletromagnéticos no corpo mental estão
constantemente em movimento por causa da reciprocidade. Essa condição leva
a um certo consumo de ambos os fluidos. Esse consumo é compensado através
da impressão dos sentidos dos planos mental, astral ou material. Porém, se os
sentidos são exercitados demais, resultará uma diminuição do poder mental,
não importa qual parte do corpo possa ser afetada.
Deveria se lembrar que, no uso normal dos sentidos, a conseqüência terá
uma certa perda dos fluidos elétrico e magnético, mas isso é balanceado pela
sua forma indutiva; em outras palavras, o corpo mental recebe novas
substâncias espirituais através dos sentidos, das quais recebe seu alimento. É
claro, isso não é o alimento material; ao contrário, os fluidos elétrico e
magnético do corpo mental são constantemente recarregados pelos cinco
sentidos. Também aqui os aspectos qualitativos e quantitativos são de grande
importância no processo, porque o corpo mental consegue sua carga
quantitativa através da impressão dos sentidos – isso é, ele recebe seu
combustível, como qual novamente pode tomar certas formas qualitativas. As
qualidades que o corpo mental recebe através da impressão dos sentidos
dependem, em princípio, do fluxo de pensamentos do indivíduo e, afora isso, da
situação particular que o corpo mental deve tolerar.
É recomendado que o indivíduo enriqueça seu conhecimento neste
assunto pela meditação profunda, porque ao fazê-lo o hermetista descobrirá
muitos mistérios do espírito que eu não posso revelar aqui. O hermetista deve
ter um conhecimento profundo da constituição do corpo mental e de todas as
suas funções para se tornar capaz de analisá-lo usando a psicoanálise. Seu
conhecimento profundo do corpo mental irá capacitá-lo de utilizar uma ou outra
de suas funções e restaurar seu equilíbrio em qualquer hora pelo treinamento
apropriado.
Ainda falando dos fluidos elétrico e magnético, eu deveria agora revelar
mais fatos ao hermetista. A física tornou conhecido que, não apenas são a
eletricidade e o magnetismo bipolares, mas eles podem ser usados ou
construtivamente ou destrutivamente. O mesmo acontece com os fluidos
elétrico e magnético. Essa bipolaridade não apenas ocorre na natureza, mas,
sujeita às mesmas leis, nos corpos mental e astral também. Em suas atividades
construtivas ambos os fluidos são os princípios fortificantes do espírito, o que
significa que eles representam tudo bom e nobre. As atividades destrutivas
desses fluidos trazem as qualidades contrárias. Ambas qualidades devem ser
completamente compreendidas pelo hermetista, e ele deve trabalhar sobre
ambos os princípios, o construtivo e o destrutivo, através da meditação, porque
eles representam o que todos os sistemas religiosos, bem como os místicos,
chamam de bem e mal no homem.
As atividades construtivas e destrutivas no corpo mental têm esferas mais
extensas de atividades das quais eu falarei depois. O hermetista deveria agora
devotar sua atenção para o espírito, a consciência do “Eu” que é a
personalidade. Eu apontei repetidamente que não há característica. O
hermetista já sabe que a vontade, o intelecto e o sentimento constituem a
consciência do homem se eles trabalharem juntos. Se ele faz uma reflexão
sobre a consciência, o hermetista descobrirá que o que é geralmente chamado
de consciência é na verdade a personalidade do homem no mais verdadeiro
senso da palavra.
***
Este é o fim do fragmento. As fitas gravadas foram requisitadas quando
Franz Bardon foi preso em 1958; supõe-se que foram destruídas pela polícia.
A destruição das fitas foi confirmada alguns anos atrás pelo Dr. Lumir
Bardon, filho de Franz Bardon, em seu inquérito.
Dieter Rüggeberg
Wuppertal, Dezembro de 1994
Frabato, O Mago (Incompleto)
Franz Bardon
Sobre o Autor
Franz Bardon nasceu em 1º de dezembro de 1909, em Katherein, próximo a Opava (República Tcheca atualmente). Ele morreu em 10 de julho de 1958, em Brno, também na República Tcheca. Freqüentou a escola pública em Opava, e depois disso aprendeu o ofício de mecânico. Seu nome artístico era “Frabato”, que é uma abreviação de Franz-Bardon-Troppau-Opava.
A natureza especial deste trabalho pediu séria consideração antes que eu o publicasse sob o nome Franz Bardon; a importância do assunto finalmente resolveu o problema. Para falar a verdade, eu não gostaria de esconder do leitor o fato de que, na realidade, Franz Bardon forneceu apenas a base de fatos para este livro. Sendo pressionado por tempos, ele deixou para Otti Votavova, sua secretária, a tarefa de completá-lo e embelezá-lo. Infelizmente, o manuscrito póstumo de Bardon não estava pronto para ser impresso, e por causa disso tive de revisá-lo.
Eu gostaria de passar algumas informações, as quais, segundo Otti Votavova, ela recebeu diretamente de Franz Bardon. De acordo com ela, Adolf Hitler era membro de uma Loja [Maçônica] 99. Além disso, Hitler e alguns de seus confidentes eram membros da Thule Order, que era simplesmente o instrumento externo de um grupo de poderosos magos negros tibetanos que usavam os membros da Thule Order para seus próprios propósitos. Hitler também empregou certo número de dublês em várias ocasiões como camuflagem.
Franz Bardon foi trazido à atenção dos nazistas por causa da negligência de seu estudante e amigo, Wilhelm Quintscher (Rah Omir Quintscher). Quintscher não destruiu suas correspondências com Bardon, embora ele tivesse sido advertido a fazê-lo; esta foi a forma pela qual eles o descobriram.
Enquanto os dois eram torturados, Quintscher perdeu seu autocontrole. Ele murmurou uma fórmula cabalística, de forma que os torturadores foram paralisados imediatamente. Quando ele depois neutralizou o efeito da fórmula, foi fuzilado por vingança.
A Franz Bardon foram oferecidos altos cargos no Terceiro Reich por Adolf Hitler, mas apenas em troca de sua ajuda em vencer a guerra com suas habilidades mágicas. Além disso, Franz Bardon revelaria os locais das outras 99 lojas maçônicas ao redor do mundo. Quando ele se recusou a ajudar, foi exposto às torturas mais cruéis. Entre outras coisas, eles fizeram cirurgias nele sem anestesiá-lo. Colocaram anéis de ferro em seus tornozelos e fixaram bolas de ferro pesadas a eles.
Franz Bardon compartilhou o destino de seus colegas prisioneiros nos campos de concentração nazistas for três anos e meio. Em 1945, pouco antes da guerra acabar, ele foi sentenciado à morte. Porém, antes de a sentença ser executada, a prisão em que era mantido foi bombardeada. Foi resgatado da construção em ruínas por alguns colegas prisioneiros russos, que conseguiram escondê-lo da polícia em seu país de origem até o fim da guerra. Então ele voltou para a cidade em que residia antes.
As fotografias de Hermes Trismegistos, Lao-Tse, Mahum Tah-Ta e Shambalah apresentadas neste volume foram originalmente publicadas no livro Das Buch vom Buddha das Westens, de Hans Albert Muller (Verlag des Ordens der Weltvollendung, 1930). Eu soube deste fato recentemente; as fotos foram primeiramente pintadas por artista mediúnico a partir do espelho mágico de Franz Bardon.
Este é o fim da narração de Otti Votavova. Nos muitos anos de minha relação com ela, eu pude reconhecer o amor dela pela verdade.
Em seu livro A Prática da Evocação Mágica, Franz Bardon escreveu alguns detalhes sobre o fato de que certas desvantagens devem sempre ser levadas em consideração quando qualquer tipo de pacto for feito. Alguém que tenha estudado completamente as ciências ocultas não achará difícil julgar lojas maçônicas, ordens, seitas ou grupos. Deve-se sempre ficar atento para locais em que dinheiro ou juramentos são pedidos em troca de instrução espiritual, e lugares em que os segredos são mantidos pelos altos iniciados e ocultados dos iniciados inferiores.
A evidência sobre os eventos relatados neste livro deverá ser reservada às pessoas treinadas e desenvolvidas em magia. A raça humana deverá conformar-se ao fato de que grande quantidade de evidências no que toca ao funcionamento de nosso cosmos pode apenas ser fornecida através de meios espirituais.
Wuppertal, junho de 1979
Dieter Rüggeberg
Capítulo I
A sala de conferências lotada do clube estava cheia de excitação, porque o suspense estimulado na primeira parte da execução causara uma discussão acalorada entre os membros da audiência.
- Quem é esse Frabato?
- Aqui estão os fatos por fim!
- É tudo uma questão de truques e ilusão!
Alguém podia confiar em seus próprios sentidos? Uma mistura de prazer e entusiasmo encheu a mente de todos.
O som de um sino sinalizou o fim do intervalo. As filas rapidamente se encheram de novo; toda conversa se amainou e, na medida em que as luzes diminuíam na sala de palestras, as cortinas lentamente se ergueram.
A disposição das coisas no palco só podia dar a impressão de que um mago estava prestes a começar sua apresentação, porque a parafernália usual de um show de mágica não estava em lugar nenhum. Um grande candelabro de cristal iluminava o palco, no centro do qual se encontrava uma mesa circular coberta com uma toalha de mesa azul-escura com brocados. Dez cadeiras haviam sido postas por trás da mesa num semicírculo, enquanto no lado direito da mesa se podia ver uma única cadeira.
Frabato entrou com um passo largo e fluido; ele cumprimentou a audiência com uma mesura casual. Embora seu terno adicionasse a ele um tom sério, seu sorriso amigável estabeleceu-se a todos que estariam tipicamente aterrorizados pela noção de experimentos mágicos. Quando os aplausos se acalmaram, Frabato falou à audiência:
- Senhoras e senhores – tendo explicado a vocês os fundamentos da sugestão e auto-sugestão durante a primeira parte da execução, e tendo demonstrado tais princípios, eu gostaria de falar sobre um tema diferente. O magnetismo animal é de vital importância à existência da humanidade, e eu não poderia de deixar de apresentar este poder a vocês.
“Tudo neste mundo é controlado por forças elétricas e magnéticas. Porém, a habilidade de algumas substâncias de acumular e conduzir tais forças elétricas e magnéticas varia de uma para outra. Este conhecimento é de grande importância quando se faz talismãs – mas não entremos em detalhes sobre isto no momento. Ao invés disso, eu explicarei agora a essência do magnetismo e provar sua existência com demonstrações práticas.”
“O magnetismo animal é o mais perfeito elemento vital. São as energias vitais e a matéria vital que formam a base de toda a vida existente na Terra. Esse magnetismo vital conecta a Terra à zona circundante ao planeta; esta zona é frequentemente denominada de mundo astral ou simplesmente ‘o além’. O magnetismo vital também conecta uma pessoa a outra. Um ser humano irradia uma energia que é puramente animal, e o poder e a pureza de tal força dependem da vontade da pessoa, de suas características e sua maturidade mental. Sua saúde depende dessas três qualidades juntas.
“Esse magnetismo é especialmente forte em pessoas que conscientemente treinam seus espíritos e almas, que possuem autocontrole e que sabem como dominar seus destinos. O ditado ‘O que você semeia, colherá’ é uma expressão da lei kármica e da justiça; portanto, o mago verdadeiro possui apenas metas positivas. Um mago treinado pode ter grande sucesso em curar pessoas com o magnetismo vital, e por isso tive um enorme interesse pessoal neste fenômeno.”
“Através de certo número de demonstrações, eu pretendo mostrar a vocês outras qualidades e forças secretas conectadas ao magnetismo animal. Para este propósito, peço que três pessoas da audiência juntem-se a mim no palco.”
Enquanto Frabato aguardava, um murmúrio pôde ser ouvido pela sala. Então, para encorajar o público, ele disse com um sorriso, “Vocês não precisam ficar com medo. Ninguém será ferido. Apenas juntem-se a mim no palco.”
Uma loira atraente ergueu-se e, com hesitação, subiu ao palco. “Só olhem”, disse Frabato comicamente. “As pessoas sempre dizem que as mulheres são o sexo frágil, mas esta dama provou o contrário para todos os cavalheiros presentes nessa sala.” A audiência riu e instantaneamente um jovem entrou apressadamente no palco, seguido por uma mulher idosa.
“Estou muito grato por sua ajuda”, Frabato disse para os voluntários. “Agora, por gentileza, coloquem seus pertences pessoais ao meu dispor por um curto tempo na mesa.”
A mulher loira foi a primeira; ela pôs seu relógio de pulso de prata na mesa. O jovem cavalheiro, um tanto lento, colocou sua carteira atrás do relógio de pulso. Depois de um sorriso encorajador de Frabato, a mulher idosa removeu seu colar e o adicionou aos outros dois objetos na mesa.
“Começando agora”, Frabato disse, olhando para a audiência, “eu lhes darei uma breve demonstração da psicometria. Isso provará a vocês que cada ser humano deixa traços de sua essência nos objetos que entraram em contato com seu corpo. A idade do objeto não importa. Em qualquer objeto, mesmo se tiver milhares de anos de idade, conseguirei ler tudo impresso nele com meus olhos clarividentes.
sábado, 12 de junho de 2010
Franz Bardon
Franz Bardon
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Franz Bardon, também chamado Frabato e Meister Arion, nome de batismo František Bardon (Kateřinky, 1º de dezembro de 1909 –Brno, 10 de julho de 1958) foi um mago de palco, naturopata, grafólogo, professor e estudante de magia[1], mas é mais conhecido atualmente por ter escrito três volumes científicos sobre o Hermetismo prático: O Caminho do Verdadeiro Adepto, Die Praxis der magischen Evokation (A Prática da Evocação Mágica) (abrev.: PEM) e Der Schlüssel zur wahren Quabbalah (A Chave para a Verdadeira Quabbalah) (abrev.: CVQ).
Índice[esconder] |
[editar]História
[editar]Infância
Apenas poucas referências a seu respeito são encontradas em seus trabalhos (normalmente relatos de como ele próprio testou determinados experimentos ou rituais e os resultados obtidos). Com menor quantidade de informação a respeito da pessoa de Bardon, pois ao contrário de outros grandes nomes do ocultismo, buscava sempre não criar uma lenda ao redor de si mesmo. O resultado disto parece ter sido o oposto ao desejado por Bardon e sua vida acabou sendo recheada de lendas, que jamais poderão ser negadas ou comprovadas, e histórias místicas que beiram o incrível.
Nascido em Opava (em alemão, Troppau), mesma terra do botânico Gregor Mendel, na República Tcheca, foi o primeiro de treze filhos, apenas quatro deles chegando à idade adulta. O pai de Franz, Victor, trabalhava numa fábrica de ferramentas e, nas horas de lazer, dedicava-se ao estudo do Hermetismo, e sobre sua mãe, Hédrodkova, nada se sabe.
Franz freqüentou a escola primária e estagiou profissionalmente numa fábrica como serralheiro-reparador de máquinas. Mais ou menos nessa época, provavelmente entre 14 e 20 anos, diz seu filho Lumir, Bardon transformou-se totalmente, mostrando capacidades de clarividência e mudança total de caráter, como se fosse outra pessoa. Diz-se que um espírito passou a ocupar o corpo físico do jovem Franz Bardon. Bardon fala sobre tal transformação em A Prática da Evocação Mágica: “(...) Acontece, algumas vezes, que pessoas que já alcançaram um alto nível de perfeição na Terra são capazes de continuar seu desenvolvimento espiritual no mundo astral até a perfeição, mas essas pessoas são selecionadas pela Providência Divina a cumprir uma ou mais missões na Terra. Tais líderes espirituais são, portanto, magos ou iniciados de nascença, que, em certa parte do desenvolvimento de seus corpos físicos (geralmente pouco após a puberdade) tornam-se, de repente, conscientes de seu estado, de seu grau de desenvolvimento espiritual, e só precisam de pouco mais experiência para se tornarem maduros o suficiente para sua missão divina.”
Bardon começou a usar suas habilidades mágicas nessa época, passando a ser conhecido por Frabato, uma abreviação de Franz (Fra) Bardon (Ba) Troppau (em alemão) (T) - Opava (em tcheco) (O).
[editar]Casamento e Filhos
Franz casou-se com Marie, que passou a se chamar Marie Bardonová, lpor volta de seus 21 anos. Apesar de não querer um filho, para não ser "impedido" em sua missão, sua esposa queria muito e Lumir nasceu prematuro no dia 4 de janeiro de 1937. Nesta mesma época, houve um certo momento em que Bardon foi e voltou dos campos de concentração, mas sobre isso pouco foi revelado. Depois desse período, trabalhou como diretor de um hospital e comprou uma casa em Bogengasse, casa que ocuparia até o fim de sua vida. Bardon convidou sua esposa a se mudar para a nova casa, mas ela recusou, para não deixar sua mãe nem o trabalho agrícola em Gillschwitrz. Bardon contratou, para cuidar de sua casa, uma empregada.
[editar]A Época de Frabato
Começou a fazer demonstrações públicas de magia e de princípios herméticos em vários pontos do país. Foi nessa época em que começou a aceitar estudantes, como o Dr. M.K., com apenas 16 anos. Iniciava alguns até além da terceira carta de tarô, e também se correspondia com muitos discípulos em outras partes do mundo. Fazia hipnose, lia cartas dentro de envelopes lacrados, localizava objetos escondidos, entre outras coisas. Comprou motos e carros, indo frequentemente aos campos para buscar ervas especiais. Durante essa época, atendia pessoas pedindo ajuda, prevendo o futuro, contribuindo à busca de exilados da Guerra e achando os corpos de pessoas afogadas usando, como ponto de auxílio, fotografias. Também, na cozinha de sua casa, mantinha um laboratório no qual fazia remédios e elixires alquímicos.
[editar]Publicação dos Livros, Prisão e Morte
Formou-se como naturopata e daí vem sua grande influência em condensadores fluídicos, ervas e medicamentos naturais.
Ditou, com a ajuda de uma de suas discípulas em Praga, Otti Votavova, os quatro primeiros volumes científicos dos cinco que pretendera escrever. O quarto, O Livro de Ouro da Sabedoria, já estava pronto, mas foi confiscado e destruído completamente pelos oficiais do Governo. O quinto livro de Bardon, relativo à quinta carta de tarô, era relacionado à Alquimia.
Bardon foi preso sob acusação (sem provas) de charlatanismo e foi obrigado a fazer trabalhos forçados. Depois, foi preso de novo em 26 de março de 1958, sob a acusação de preparação de drogas ilegais. Se essa prisão foi apenas um pretexto para outra coisa, como dizem as teorias sobre Adolf Hitler e a Loja 99, não sabemos até hoje. Não sabemos também o porquê de ter morrido de, provavelmente, inflamação no pâncreas, após comer um pedaço de presunto defumado que sua própria esposa preparou. Isso aconteceu no dia 10 de julho de 1958. Há muitas teorias sobre sua morte, desde a de que envenenaram esse presunto defumado até a de ele ter se suicidado.
[editar]As Obras de Franz Bardon
As obras de Franz Bardon constituem um sistema de magia bastante completo, totalmente científico e racional. Suas obras dão especial ênfase à prática, visando à obtenção de resultados tangíveis e observáveis, além de serem claras, completas e sérias, retratando assim um autor honesto, competente e cuidadoso. Seu sistema é isento de ideologias ou conceitos religiosos, sendo adequado a todos os estudiosos de quaisquer religiões.
- Magia Prática - O Caminho do Adepto (Título original em inglês: "Initiation into Hermetics" ou "Iniciação ao Hermetismo") - Publicado em 1956 e lançado no Brasil pela Editora Ground, é a única obra de Bardon disponível em português. Um verdadeiro clássico doHermetismo, esse livro é divido em uma parte teórica e uma parte prática. A parte teórica explica sobre os Quatro Elementos, os fluidos Elétrico e Magnético, os três planos da existência, etc. Já a parte prática é subdividida em dez graus, de acordo com a evolução do estudante, e cada grau contém instruções para desenvolver o Espírito, a Mente e o Corpo. É considerada a obra mais bem-escrita de Bardon. Trata-se de um Sistema de magia completo e gradual, e considerado por muitos, incluindo na lista Rawn Clark, William Mistele e J.R.R. Abrahão um dos melhores sistemas de desenvolvimento mágico do século XX.
- A Prática de Magia Evocatória - A continuação de "Iniciação ao Hermetismo". Nesta obra, Bardon explica passo-a-passo a teoria e a prática da Evocação Mágica. Explica como um Mago evoca entidades dogmáticas, como anjos e espíritos das esferas planetárias de nosso Sistema Solar, também evocam entidades pragmáticas, como demônios e gênios. O leitor irá aprender o significado do círculo mágico, do triângulo mágico, da varinha, vestimenta e outras ferramentas evocatórias. Além disso, Bardon fornece nessa obra centenas de selos de anjos, gênios e elementais, que podem ensinar ao Mago uma miríade de assuntos e de técnicas, como Alquimia,Astronomia, Adivinhação, etc., e ainda podem ajudar o Mago, colocando à sua disposição seus espíritos subordinados.
- A Chave para a Verdadeira Quabbalah - No terceiro livro de Bardon, publicado em 1957, Bardon ensina o mistério do misticismo das letras e números da Verdadeira Quabbalah (aqui, no caso, não se trata da Kabbalah Judaica, e sim da Quabbalah Hermética). Como obter o mais alto nível de realização mágica através do conhecimento dos sons cores, números e vibrações expressadas pela Quabbalah, e, assim, como criar palavras e sentenças que produzem efeitos no mundo físico, tal como os milagres descritos na Bíblia e outros livros sagrados.
- Frabato, O Mago - Embora escrito na forma de um livro de ficção, na verdade trata-se de uma autobiografia de Franz Bardon. Nessa obra, o Mago Frabato, (na verdade o próprio Bardon) conta sua história na Alemanha na década de 1930, fala de sua batalha com MagosNegros, revela as forças ocultas que causaram a ascensão do Terceiro Reich, e nos conta ainda o começo da missão espiritual que culminaria com a criação da trilogia de livros sobre Hermetismo.
- Perguntas e Respostas - Uma obra póstuma, na qual discípulos de Bardon compilaram sob a forma de perguntas e respostas anotações de ensinamentos orais que foram transmitidos pelo Mestre aos seus discípulos em vida.
[editar]Bases da Filosofia
Bardon postulava um modelo de Universo obtido através de sua interpretação das teorias orientais, tais como o Hinduísmo e o Taoísmo. Seus fluidos "magnético" e "elétrico", atuando complementarmente, remetem ao Yin e ao Yang. E mesmo possuindo conceitos diferentes das forças físicas de mesmo nome, guardam ainda uma certa proximidade das mesmas. O "magnetismo" seria uma força negativa, de emanações azuladas; a "eletricidade" seria uma força positiva e de emanações avermelhadas. Em "Iniciação ao Hermetismo", ele refere-se às forças "OR" e "OB". Possivelmente tais significam o Vermelho (OR = "Odyle Rot") e o Azul (OB = "Odyle Blau"), ou seja, as forças "elétrica" e "magnética". Uma outra possibilidade seria uma referência às forças OD e OB de Levi. O conceito de OD ou Odyle foi utilizado por Kark von Reichenbach, anteriormente, em meados do século XIX. Até hoje vê-se resquícios deste pensamento no hábito de se pintar o pólo negativo de um magneto de azul e o positivo de vermelho (dizia-se serem estas as cores vistas por sensitivos ao observarem um imã). Originalmente Bardon referia-se também, por vezes, a este conceito como "Energia Vital" ("lebenskraft"). Segundo ele, cada parte do corpo era governada por uma destas formas de energia e o desequilíbrio das mesmas resultava do desequilíbrio entre as mesmas.
Na visão de Bardon o mundo era composto dos Quatro Elementos clássicos (Fogo, Ar, Terra e água) unidos ao Akasha (a Quintessência). Mantinha relativamente as mesmas atribuições para cada um destes elementos que as utilizadas por outros sistemas. Considerava que um mago deveria tornar-se um mestre na manipulação destes Elementos e só assim poderia alcançar os resultados mágicos desejados, através da harmonização e do controle dos mesmos, principalmente dentro de si próprio. Alegava a superioridade do Homem sobre todos os espíritos, demônios e anjos pois apenas o Ser Humano era composto dos Quatro Elementos. Todos os outros seres espirituais, por sua vez, compunham-se de um ou, no máximo, dois e raramente três destes. Chegava a alertar seus discípulos que se acautelassem no trato com estas criaturas, cujo principal objetivo seria capturar a parte da alma Humana que lhes faltava. Dizia também que tudo podia ser alcançado através de um cuidadoso trabalho com os elementos e que o Akasha não deveria ser acumulado em "molduras mentais" e sim devolvido ao Universo pois a própria mente era uma forma deste Princípio Quintessensial e não deveria moldar-se em padrões rígidos.
Este equilíbrio entre os princípios elementais dentro do próprio estudante era para Bardon a base de todo o trabalho mágico. Ninguém que estivesse em desequilíbrio, seja pela falta ou pelo excesso de um dos elementos, poderia conseguir um sucesso significativo em seus experimentos. Outra assertiva sua era de que, uma vez iniciado um processo, o estudante deveria diligentemente seguí-lo passo a passo, sem pular nenhuma das sessões de treinamento. Era necessário o absoluto domínio de cada passo antes de se passar para o seguinte.
O registro acurado de um diário mágico era também considerado imprescindível. Apenas através dele seria possível ao estudante repetir experimentos bem-suscedidos e evitar erros passados.
[editar]Prática Mágica em Iniciação ao Hermetismo
Bardon dividiu o progresso dos estudos mágicos em dez Graus. Seguem explicações rápidas de alguns dos exercícios e práticas mágicas desses Graus:
Auto-Análise e Exercícios Básicos - O estudante deveria trabalhar diligentemente na compreensão de si mesmo e na harmonização dos Quatro Elementos em si próprio antes de buscar qualquer outro tipo de trabalho ocultista. Eram prescritas várias semanas de uma auto-observação minuciosa, honesta e imparcial, com registro de todas as descobertas, positivas ou negativas. O estudante deveria classificar-se em cada um dos quatro Elementos para descobrir onde estavam seus desequilíbrios. Exercícios similares classificavam suas falhas e outros, suas virtudes. A partir do momento em que os Quatro Elementos estivessem devidamente balanceados e controlados, o estudante não poderia permitir-se cair novamente em desequilíbrio ou manter quaisquer obsessões que bloqueassem sua eficácia ou gerassem pontos de fraqueza em si.
Concentração Intermediária e Respiração O passo seguinte era reforçar no estudante a capacidade de concentração e o domínio de técnicas de respiração e auto-sugestão. Dizia ser esta a chave secreta para o subconsciente humano. Bardon separava a respiração em duas formas, a pulmonar (normal) e a cutânea. Acreditava na capacidade de se controlar esta segunda através da prática, combinando-a com a pulmonar normal. O objetivo era a inspiração dos Quatro Elementos.
Exercícios Avançados de Visualização e de Manipulação dos Elementos - Aqui o estudante aprendia a alcançar estados de intensa concetração e à visualização de objetos de formas cada vez mais complexo bem como a "inalação" dos Elementos para dentro do corpo. Era também ensinada ao estudante a preparação e "carga" de talismãs, aposentos, objetos de proteção, cura e outros.
Acumulação dos Elementos e Rituais - Estando o estudante perfeitamente equilibrado em relação aos Quatro Elementos passava-se ao domínio das técnicas de sua acumulação e concentração no próprio corpo. No conceito de Bardon, os rituais eram complexos minemônicos, baseados em fórmulas verbais e gestuais e de visualização, utlizados para a manipulação das energias elementais. Uma vez que estes já estivessem dominados, bastaria um simples gesto ou fórmula silenciosa para que seu objetivo fosse cumprido.
Transposição de Consciência e Levitação (Limitada a Certas Regiões do Corpo) - Este passo consistia em uma série de exercícios detinados à preparação do estudante para a levitação física e astral em certas partes do corpo, além dos processos de viagem astral. Estes serviam como uma base para todos os processos de comunicação com as entidades astrais, passivamente. A comunicação ativa só viria nos Graus posteriores.
Apresentação às Entidades Astrais e Viagem Astral - Mais do que a pura viagem astral ou o contato com entidades astrais, esta parte do treinamento capacitava o estudante à criação de entidades não-físicas para seu uso. É também feito um alerta quanto à criação não intencional das mesmas, que poderiam atacar e parasitar o seu criador.
Desenvolvimento da Percepção Extra-Sensorial e Criação de Elementares - Bardon dava ao estudante instruções e indicava a instrumentação necessária para o desenvolvimento de habilidades extra-sensoriais tais como a Clarividência, a Clariaudiência e outros. Discutia também a Vitalização de estátuas e de imagens.
Condensadores Fluídicos - Neste ponto o estudante era instruído na construção de um instrumental mágico que lhe permitisse concentrar, armazenar e manipular os fluidos "magnético" e "elétrico", bem como os outros Elementos e a Energia Vital. Eram dadas instruções precisas de sua confecção, carga e utilização.
Espelhos Mágicos para Viagens Astrais e Cura - Segundo Bardon, os espelhos mágicos (dentre os quais classificava as bolas de cristal) eram instrumentos valiosos em muitos experimentos de PES. Tais instrumentos eram listados e explicados em seu uso. Ensinava-se também o tratamento de doenças através dos fluidos "magnético" e "elétrico", além da carga mágica de talismãs, amuletos e pedras preciosas.
Elevação do Espírito a Níveis Superiores - A parte final do caminho mágico de Bardon eram as diversas formas pelas quais um estudante poderia elevar suas qualidades espirituais. Dentre outros tópicos., eram discutidas práticas tais como a levitação, produção de fenômenos naturais, sugestão e hipnose, psicometria e impregnação de ambientes com um elemento ou uma energia à distância.
[editar]Referências
- ↑ Dr. Lumir Bardon & Dr. M. Kumar. Souvenirs de Franz Bardon. Editado por Alexandre Moryason. ISBN 3-921338-19-0